28 de setembro de 2010

TEMOS QUE DAR MAS IMPOTÂNCIA PARA NOSSA E.B.D

Por que até os ateus também estão adotando escolas dominicais?




“Nas manhãs de domingo, a maioria dos pais que não acreditam no Deus dos cristãos, ou em qualquer deus, provavelmente estarão tomando café da manhã ou numa divertida partida de futebol com as crianças, ou fazendo alguma tarefa doméstica ou, com sorte, dormindo. Sem religião, não há nenhuma necessidade por igreja, certo? Talvez. Mas alguns não crentes estão começando a achar que necessitam de algo para os seu filhos. Quando você tem crianças, diz Julie Willey, uma engenheira de design, você começa a notar que seus colegas de trabalho ou amigos têm uma igreja e se reunem para ajudar a ensinar os valores às crianças. Assim todas as semanas, Willey que é budista e nunca acreditou em Deus, e o marido dela colocam suas quatro crianças em uma minivan azul e vão ao Centro da Comunidade Humanista em Palo Alto, Califórnia, para a escola dominical ateísta” [i].



Assim inicia a matéria intitulada “Sunday School for Atheist” (Escola Dominical Ateísta), publicada na revista americana, Time, em que traz à evidência uma prática relativamente recente entre ateus norte-americanos, que é a escola dominical para os filhos de não crentes. O programa pioneiro ocorreu em Palo Alto, Califórnia, com expectativas de abertura de novos trabalhos em Phoenix, Albuquerque, Portland e outras localidades dos Estados Unidos. Segundo a revista, o movimento crescente de instituições para crianças de famílias de ateus também incluia acampamentos de verão em cinco estados mais Ontario, e a Academia Carl Sagan, na Flórida, a primeira escola pública Humanista do país que abriu com 55 crianças no outono de 2005.



O Programa Palo Alto Family, registra a revista, usa música, arte e discussão para encorajar expressão pessoal, curiosidade intelectual e colaboração. Em um domingo de outono, anotam, pode-se encontrar até uma dúzia de crianças de até 6 anos de idade e vários pais que tocam instrumentos de percussão e cantam hinos como “Ten Little Indians”, em vez de canções como “Jesus me ama”. Em vez de ouvirem história da Bíblia, a classe lê parábolas seculares.



Algumas reflexões



Como se percebe, vários pais não crentes entenderam a importância de levarem seus filhos a escolas dominicais localizadas em centros humanistas onde possam, segundo eles, aprender a refutar os argumentos religiosos dos cristãos. Assim, a ED ateísta nasceu com o principal propósito de ensinar as crianças como responder à maioria dos cristãos, segundo princípios humanistas e seculares.



Ao tomarmos conhecimento desse fato, nós, cristãos, somos inundados por um sentimento de estranheza e perplexidade, é claro. Isso porque, bem sabemos, a essência dessa instituição está intimamente relacionada ao cristianismo, ao ensino bíblico e à crença inabalável em um Deus que criou todas as coisas.



Apesar disso, tal acontecimento deve ser observado de modo reflexivo, a fim de tirarmos algumas conclusões, tendo por base a indagação: Por que até os ateus também estão adotando escolas dominicais?



A nova perspectiva ateísta



Em um primeiro enfoque, é preciso assentar que a ED ateísta é decorrência de uma nova perspectiva por parte dos antiteístas (incrédulos, ateus, agnósticos, céticos etc) da atualidade. O ateísmo (pós) moderno difere-se em muito do ateísmo de um passado não muito distante. Se outrora eles não faziam questão de expor abertamente suas idéias, hoje estão a defendê-las de maneira ostensiva, baseados em uma visão de mundo eminentemente secularizada.



Com efeito, vislumbra-se no atual contexto uma espécie de ativismo ateu. Nesse sentido, podemos citar um dos seus principais precursores, o ateu Richard Dawkins, o qual, por exemplo, encabeçou recentemente uma campanha publicitária em que a frase “Provavelmente Deus não existe; então, pare de se preocupar e aproveite sua vida” foi estampada em centenas de ônibus no Reino Unido. Dawkins, inclusive, em seu livro “Deus, um delírio”, não satisfeito em simplesmente defender suas idéias, faz questão ainda de tecer duras críticas direcionadas aos cristãos, chegando ao ponto de escrever que “Deus é um delinquente psicótico, inventando por pessoas loucas, iludidas”.



Nesse foco, uma ala mais fanática dos ateus estão a defender sua descrença com contornos de verdadeira religiosidade, tanto é assim que Alister McGrath no livro “O delírio de Dawkins”, escreve que “tal como um evangelista, Dawkins prega a seus devotos do ódio a Deus, os quais se deliciam com o bombardeio retórico e erguem as mãos, prazenteiros”… “os verdadeiros cientistas rejeitam a fé em Deus! Aleluia!”[ii].



Como anotou Ravi Zacharias[iii], infelizmente o ateísmo está vivo e é mortal. Mais perigoso ainda agora com nuanças de religiosidade materialista para quem o homem é o seu próprio Deus e a lógica científica a única forma de revelação. E assim como uma igreja que possui escola para a instrução, ensino, e fortalecimento da fé de todos os seus membros, o ateísmo da atualidade tem buscado também formas de educar as crianças segundo a visão ateísta

Ora, se o ateísmo contemporâneo adquiriu características de religião, a criação de ED para o ensino do pensamento ateu é realmente uma decorrência lógica (apesar de triste) dessa nova onda de incredulidade. É a educação para a descrença!



Escola Dominical: modelo para ser copiado



Sob um outro enfoque, porém, a utilização do modelo de ensino cristão por parte dos ateus revela algo positivo: a importância da escola dominical. A sua existência histórica tem se mostrado tão válida e necessária que até mesmo os ateus copiaram o padrão educacional cristão a fim de instruirem seus próprios filhos. Idealizada por Robert Raikes, a ED cresceu, multiplicou e deu tantos frutos que é impossível não tê-la como um padrão de sucesso educacional e digna de ser seguida. Como escreveu a missionária Ruth Doris Lemos:



“No mundo, há muitas coisas que pessoas sinceras e humanitárias fazem, sem pensar ou imaginar a extensão de influência que seus atos podem ter. Certamente, Robert Raikes nunca imaginou que as simples aulas que ele começou entre crianças pobres, analfabetas da sua cidade, no interior da Inglaterra, iriam crescer para ser um grande movimento mundial. Hoje, a Escola Dominical conta com mais de 60 milhões de alunos matriculados, em mais de 500 mil igrejas protestantes no mundo. É a minúscula semente de mostarda plantada e regada, que cresceu para ser uma grande árvore cujos galhos estendem-se ao redor do globo”.[iv]



Mas, é importante ressalvar com o Pastor Antônio Gilberto em seu livro A Escola Dominical (citado por César Moisés), que a ED é uma instituição moderna da maneira como a conhecemos, mas que o seu princípio fundamental, ou seja, o do ensino bíblico determinado por Deus ao povo de Israel como aos gentios, remonta a alguns milênios. Segundo o Pastor Antônio Gilberto: “A Escola Dominical é a fase presente da instrução bíblica milenar que sempre caracterizou o povo de Deus”.[v]



Esse fato, por si só, é um excelente ponto de análise para aqueles que sempre olharam a ED com desconfiança ou a têm como desnecessária. A sua importância, vale dizer, não é somente história, mas, sobretudo, prática. Ken Hemphil, no livro Redescobrindo a alegria das manhãs de domingos, lembra que “a Escola Dominical não é um dinossauro”[vi], o que existe é uma compreensão equivocada sobre a forma como ela deve ser mantida, de modo que nossa intenção não deve ser preservá-la por simples nostalgia; temos de descobrir ferramentas e organizações que nos capacitem a cumprir a Grande Comissão da maneira mais eficiente possível”.



Em outros termos, a Escola Dominical deve ser mantida não somente por se tratar de algo histórico e que vem sendo utilizado ao longo dos anos; mas sim em razão da enorme e crescente necessidade de genuíno e sadio alimento espiritual que só pode ser obtido pelo estudo claro, metódico, continuado e progressivo da Palavra de Deus.



A valorização dos cristãos à ED



Outro ponto que deve ser considerado acerca da matéria da Time, diz respeito à importância que os pais ateus dão à educação de seus filhos. Essa observação faz-nos refletir acerca de como os cristãos, principalmente os pais, tem valorizado a educação de seus filhos, a ED e até que ponto existe verdadeiro investimento nela. Afinal, se os ateus começaram agora a valorizar o modelo educacional da ED, mais ainda devem fazê-lo os cristãos, que conhecem de perto o seu valor.



Essa conscientização torna-se necessária porque, não poucas vezes, percebemos um visão equivocada acerca dessa agência de ensino dentro mesmo das igrejas cristãs. Como bem anota Renato Vargens, “154 anos se passaram desde que os Kalley organizaram a EBD no Brasil, e de lá para cá muita água passou debaixo da ponte. Sem titubeios afirmo que inúmeras gerações foram impactadas pelo ensino das doutrinas bíblicas nas salas de aula das escolas dominicais esparramadas pelo nosso imenso território nacional”. Entretanto, escreve ele: “Hoje, em detrimento a pós-modernidade, o que era absoluto foi relativizado. Os que outrora pregavam sobre a importância da EBD, não o fazem mais. Para piorar a situação, os crentes optaram por fazer do domingo o seu dia de lazer deixando em segundo plano o estudo da Palavra de Deus”.[vii]



Portanto, além de outros elementos, a evidenciação da ED ateísta remete-nos a uma reflexão sobre o valor que temos dado à nossa escola dominical, afinal é nela que o cristão recebe alimento substancial para a sua caminhada cristã. Como arremata Antônio Gilberto:



“É evidente que se a igreja de hoje cuidasse devidamente do ensino bíblico junto à crianças e aos novos convertidos, teríamos uma igreja muito maior. Pecadores se convertem aos milhares, mas poucos permanecem porque lhes falta o apropriado ensino bíblico que lhes cimente a fé. Falta-lhes a raiz ou base sólida e profunda. A planta da parábola morreu, não porque o sol crestou-a, mas, sim principalmente, porque não tinha raiz” (MT. 13.6).”[viii]



Valmir Nascimento Milomem Santos, é graduado e pós-graduado em Direito. Presbítero da AD. em Cuiabá/MT. Editor dos blogs www.comoviveremos.com e www.ensinodominical.com.br

21 de setembro de 2010

O que é um currículo?Um currículo é um conjunto de assuntos que constitui um curso de estudos, planejado e adaptado às idades e necessidades dos alunos. Enfim, é um meio educacional para atingir os objetivos de ensino.




1. Como se forma um currículo

Todo currículo escolar é formado a partir de uma filosofia. Que tipo de aluno se quer formar? Para que finalidade? Com quais objetivos? Definida a filosofia, é a vez da seleção dos conteúdos necessários à formação desse aluno.



2. Qual a necessidade de se ter um currículo

Os conteúdos e as práticas educativas são organizados a partir do currículo. Sem o apoio previamente organizado, tendemos a perda de tempo, de propósito e ineficácia. Ficamos à mercê das entediantes rotina e improvisação.









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O que é um currículo de Escola Dominical

É um conjunto de dados relativos à aprendizagem bíblico-cristã, organizado para orientar as atividades da Escola Dominical, as formas de executá-las e suas finalidades. A concepção de currículo, neste particular, inclui desde os aspectos básicos que envolvem os fundamentos doutrinários e teológicos da Educação Cristã até os marcos teóricos e referenciais técnicos que concretizam na sala de aula.



1. Suas principais características

a) Filosofia própria. Ninguém ensina em ambiente neutro. Por isso, todo currículo tem uma filosofia; uma ideologia. Há sempre uma abordagem específica para o ensino, que reflete um conjunto de suposições e pressuposições sobre a natureza e o propósito da educação. A Educação Cristã, por exemplo, firma-se em uma concepção bíblica da realidade, da verdade, e da moralidade, como base para seu conteúdo curricular e prática educativa. Na verdade, a Educação Cristã não se baseia propriamente em uma filosofia, mas em uma teologia centrada na Bíblia.



b) Abrangência. Reúne diversas matérias, atividades, vivências, recursos, formas de avaliação etc. Uma única matéria não pode ser chamada de currículo. Um determinado livro-texto ou revista de Escola Dominical não constituem um currículo. Há um sentido de progressividade e completude em relação às faixas etárias.



c) Unidade. As matérias reunidas deverão ser pedagogicamente orientadas. Todo currículo deve ter o sentido interdisciplinar. As matérias devem estar interligadas. Deverão visar à formação integral do aluno. Que tipo de aluno queremos formar?



d) Encadeamento lógico. Há uma seqüência lógica, ou seja, os temas são encadeados, e não entrecortados.



e) Flexibilidade. Há a possibilidade de o professor reescrever o conteúdo curricular, adaptando-o à realidade, necessidades e expectativas de seu público-alvo. Nenhum currículo é perfeito. Mas isso não significa que seja preciso mudar os fundamentos filosóficos e pedagógicos do currículo, ou mesmo substituí-lo. O professor poderá readaptá-lo e torná-lo plenamente aplicável à sua classe.



2. Como funciona um currículo de ED

Para cada fase de estudos há uma quantidade de informação (conteúdo didático) adequada à capacidade de assimilação e aproveitamento por parte do aluno. O conteúdo é dosado criteriosamente, de modo que ao atingir a idade adulta, o aluno conclua o curso bíblico elementar. O sistema funciona como em uma escola secular. A partir dos primeiros meses de vida (Berçário), a criança dá início às fases do programa. Ela não repetirá nenhuma lição, desde que sua transferência para a classe da faixa etária seguinte seja feita corretamente, até chegar à faixa etária de jovens e adultos. Por exemplo: após passar pela classe do Berçário, e concluir o currículo de Maternal (3 e 4 anos), com oito revistas cada, o aluno recebe um certificado de conclusão, sendo transferido para a faixa etária seguinte, Jardim de Infância (4 e 5 anos), com 8 revistas. Daí em diante repete-se o processo, passando de uma faixa para a outra, até chegar à classe de adultos.



a) Por quanto tempo pode vigorar um currículo?

Depende de seu planejamento. Um currículo bem elaborado requer o cumprimento de vários objetivos educacionais em relação a currículos de um curso bíblico, como é o caso do da Escola Dominical, deverá abranger várias áreas do conhecimento bíblico-teológico, sempre levando em conta a capacidade de assimilação dos conteúdos de acordo com a idade dos alunos. O currículo pode retornar para mais um ciclo de estudos de 2 ou 3 anos (2 anos para Berçário, Maternal, Jardim, Primários, Juniores, Pré-adolescentes e Adolescentes, e 3 para Juvenis). Isto acontece com currículos de todas as faixas etárias de qualquer editora que publique currículos de Escola Dominical. Quando um currículo retorna, não significa que está sendo simplesmente repetido, e sim que seu ciclo de estudos foi concluído. Como acontece nas escolas seculares, é o aluno que passa pelo currículo. Ou seja, em qualquer trimestre que ingresse na Escola Dominical, o aluno estudará a revista que está em curso na seqüência do currículo de sua faixa etária. Ao completar idade para ingressar na classe da faixa etária seguinte, ele recebe o Certificado de Conclusão do Curso Bíblico correspondente à faixa etária que acabou de sair. Assim, o aluno passa por todas as revistas apropriadas para cada faixa etária, à medida que for alcançando a idade correspondente.



b) Isso acontece na escola secular?

Na escola secular acontece o mesmo. O aluno que hoje está na 3ª série do Ensino Fundamental, estuda as mesmas matérias que seus pais estudaram há muitos anos. Isto porque a reformulação dos currículos só acontece por extrema necessidade, e após vários anos em vigor. Se os alunos forem transferidos na ocasião correta, nenhum deles, jamais, repetirá uma só lição. Quando o professor terminar de usar, por exemplo, a revista n.º 8 de Adolescentes (13 e 14 anos), voltará a usar a revista n.º 1, reiniciando o ciclo do curso bíblico. Esta forma de uso das revistas exige que o professor especialize-se em determinada faixa etária, para que, desta forma, tenha maior oportunidade de colecionar um bom material específico e também se torne um especialista da faixa etária em que leciona na Escola Dominical.



c) Como fazer a transferência de alunos para a classe seguinte?

Pode haver ingresso de novos alunos na classe em qualquer época do ano, independente da seqüência numérica da revista que tiver sendo usada. A transferência de classe deverá ser feita no trimestre seguinte ao que o aluno fez aniversário. Por exemplo, se um aluno da classe dos adolescentes (13 e 14 anos) completou a idade para ingressar na classe dos juvenis (15 a 17 anos) em um dos três meses do primeiro trimestre do ano (janeiro, fevereiro e março), só deve ingressar na classe seguinte (juvenis) em abril, primeiro mês do segundo trimestre.



Para a CPAD, valorizar a Educação Cristã é estimular o crescimento espiritual da Família de Deus e incentivar uma busca cada vez maior das Escrituras como fonte de conhecimento e adoração. Desfrute conosco da maior escola do mundo, a Escola Dominical